Preço de aluguel dispara depois de negociações durante a pandemia
Nos últimos meses o Brasil tem vivenciado um reajuste disparado do preço dos aluguéis, que estavam abaixo da inflação durante o período de pandemia justamente por afetar a renda de modo impactante e, por isso, os proprietários permitiram a manutenção dos aluguéis ou até mesmo renovação de contrato com ajustes nos descontos, sendo maleáveis com as negociações.
Após o período da crise financeira no cenário pandêmico, houve a recomposição dos preços dos aluguéis, que dispararam nos últimos meses. Os dados divulgados do índice FipeZap afirmam que o aumento foi de 1,61% em fevereiro, no oitavo avanço consecutivo. Especialistas afirmam alguns motivos para tal aumento acumulado, sendo eles efeito de regulação de preços após a pandemia, a variação dos indexadores de aluguéis e maior demanda por imóveis bem localizados para locação (com maior procura nas regiões em meio aos centros empresariais).
Variação dos indexadores de aluguel:
De acordo com especialistas, uma das principais causas para o aumento dos aluguéis é a variação dos índices de preços, pois durante a pandemia, as negociações foi para trocar o Índice Geral de Preços, ou a falada inflação de aluguéis pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que é a inflação oficial do país como indexador nos contratos. Houve momentos em que o IGPM chegou a um acúmulo variação positiva de mais de 37%, em função da alta dos preços das commodities e pelo avanço da inflação no atacado.
Incluso a isso, uma plataforma online famosa de aluguéis de imóveis- Quinto Andar- também considerou e adotou essa mudança, fazendo com que os contratos indexados no IPCA fossem considerados padrões da companhia, o que ajuda a explicar o motivo do aumento considerável dos preços (enquanto o IPCA acumula alta de 5,6% dos 12 meses até fevereiro, o IGP-M tem uma variação positiva de 1,86% no mesmo período), o que incentiva o proprietário a repassar os preços ao locador.
Maior demanda por imóveis disponíveis para locação:
A maior demanda de imóveis disponíveis para a locação é outro fator que explica o valor crescente no preço dos aluguéis, confirmados pela dinâmica natural de oferta e demanda. Diante de afirmação de especialistas, houve crescente demanda de aluguéis no início do ano de 2023 pois é o período em que muitos contratos vencem e há o aumento da procura por imóveis para locação.
Além disso, após a pandemia os indivíduos tendem a procurar imóveis próximos aos centros das cidades, visto que auxilia no deslocamento para o trabalho, já que não há mais a necessidade de trabalhar em casa, como na época do lockdown, em que muitas pessoas optaram por lugares afastados do centro movimentado. Outra curiosidade é a busca por
chamados micro apartamentos, que são menores e bem localizados, o que motiva empreendimento visto como médios, que possuem poucos cômodos.
Perspectivas:
Apesar dos aumentos recentes analisados nos preços dos aluguéis, economistas afirmam que a expectativa é de desaceleração nos próximos meses. Pois acreditam que o aumento que se encontrava acumulado e foi reajustado já recuperou grande parte dos descontos da pandemia, e a tendencia é de aumentos de preços mais modestos em 2023, mas serão feitos gradualmente.